segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Tieta 1989 - Abertura

dedicado aos que eram jovens adolescentes em 1989 hehehhe

Ora bute pôr profundidade nisto...

"O saudosismo consubstancia uma atitude humana perante o mundo que tem como base a saudade, considerada como o grande traço espiritual definidor da alma portuguesa."

Pascoaes

Sítio do Picapau Amarelo - abertura (1980)

Verano Azul

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Teatro!



Hoje no Museu da Quinta de Santiago, Leça da Palmeira pelas 21h30. Leituras dramatizadas por um grupo de actores de teatro, aspirantes a, ou tão só interessados nestas iniciativas. O ambiente é muito intimista, é por vezes interactivo, a entrada é gratuita :) e até inclui um 'lanchinho' pelo meio. Que vos parece? fica aqui a sugestão para o serão de hoje

Fred foi à escolinha

Esta peste, que já pesa 30 e qualquer coisa Kg, que me salta, que me suja, que me baba, que me irrita, que me chateia, que me come os cordões dos sapatos, foi hoje à escolinha pela 1ª vez. Como eu tenho "guarda conjunta" desta peste,lá fui assistir e ver como corria a coisa. E não é que o tipo tem potencial para ser um cão normal, debaixo daquela maluqueira toda? Com o "Sr Treinador" (que eu gostava de convidar para dar umas sessõezinhas a uns pais que eu cá conheço acerca de disciplina e controle dos comportamentos), passeou, "imobilizou" (tantas palavras novas que eu vou conhecer nestas aulas) sentado, deitado, de pé, respeitou ordens, DEU A PATA PARA CUMPRIMENTAR! (não apenas uma pata, tanto deu a patinha direita, como a patinha esquerda, conforme era solicitado)... patinha, estou a enganar quem? patorra, fachabor. A certa altura senti-me como aqueles pais que tão bem sabem estragar os seus meninos com mimos, quando o vi a portar-se tão bem, com um ar tão inteligente e bem comportado, só me apetecia correr para ele, fazer-lhe muitas festas e dizer-lhe que é muito lindo e eu tenho muito orgulho nele (claro que a esta altura, eu já teria sido derrubada e estaríamos os dois no chão, com ele a tentar comer o meu cabelo ou lamber-me o ouvido com aquela língua que me chega até ao cérebro). Enfim, foi giro assitir, até tirei apontamentos! Agora vai ter que treinar muito em casa com o dono. Eu dou as dicas "teóricas" ao dono, que estava tão nervoso na aula que acho que nem ouvia o que dizia o "Sr Treinador".
O Fred é um lindo e está de parabéns!

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

domingo, fevereiro 11, 2007

Citando...



Carminho & Sandra


Carminho senta - se nos bancos almofadados do BMW da mãe. Chove lá fora..Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe conduz o carro e aperta-lhe ternamente a mão. Há muito trânsito na Lapa ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de Espanha.


(Mais a baixo na cidade) Sandra senta - se no banco côr - de - laranja do autocarro 22 que sai de Alcântara. Chove lá fora. Encosta o nariz ao vidro para disfarçar duas enormes lágrimas que lhe rolam pela face. A mãe está sentada ao lado dela.Encosta o guarda - chuva aos pés gelados e aperta - lhe ternamente a mão. Há muito trânsito em Alcântara ao fim da tarde. A mãe tem um olhar triste e vago mas aperta com força a mão da filha de 18 anos. Estão juntas. A caminho de casa de Uma Senhora.


O BMW e o autocarro 22 cruzam - se a subir a Avenida Infante Santo.


Carminho despe-se a tremer sem nunca conseguir estancar o choro. Veste uma bata verde. Deita-se numa marquesa. É atendida por uma médica que lhe entoa palavras doces ao ouvido, enquanto lhe afaga o cabelo. Carminho sente- se a adormecer depois de respirar mais fundo o cheiro que a máscara exala.Chora enquanto dorme.
Sandra não se despe e treme muito sem conseguir estancar o choro. Nervosa ,brinca com as tranças que a mãe lhe fez de manhã na tentativa de lhe recuperar a infância.


A Senhora chega. A mãe entrega um envelope à Senhora.A Senhora abre-o e resmunga qualquer coisa. É altura de beber um liquidoverde de sabor muito ácido. O copo está sujo, pensa Sandra. Sente–se doente e sabe que vai adormecer. Chora enquanto dorme.
Carminho acorda do seu sono induzido. Tem a mãe e a médica ao seu lado. Não sente dores no corpo mas as lágrimas não param de lhe correr cara abaixo. Sai da clínica de rosto destapado. Sabe –lhe bem o ar fresco da manhã. É tempo de regressar a casa.


Quando a placa da União Europeia surge na estrada a dizer PORTUGAL, Carminho chora convulsivamente.
Sandra não acorda. E não acorda . E não acorda. A mãe geme baixinho desesperada ao seu lado. Pede à Senhora para chamar uma ambulância. A Senhora não deixa, ponha–se daqui para fora com a miúda, há uma cabine lá em baixo, livre–se de dizer a alguém que eu existo.A mãe arrasta a Sandra inanimada escada a baixo. Um vizinho cansado, chama o112 e a polícia.Sandra acorda no quarto 122 dias depois.


As lágrimas cara abaixo. Não poderás ter mais filhos, Sandra, disse–lhe uma médica, emocionada.Sai do hospital de cara tapada, coberta por um lenço. Não sente o ar fresco da manhã. No bolso junto ao útero magoado, a intimação para se apresentar a um tribunal do seu país: Portugal.


Eu voto sim .

Pela Sandra e pela Carminho.

Pelas suas mães e avós.

Por mim.


Rita Ferro Rodrigues

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Senhor da Pedra


Só porque gosto. Só porque me apeteceu :)